"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
-Em que espelho ficou perdida
a minha face?"
Cecília Meireles.
Os melhores poemas, página 13, Global editora e distribuidora, 1984.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
"Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea-
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma.
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem-
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração."
Álvaro de Campos, Évora, 31/12/1929.
Poesia de Álvaro de Campos, página 333, Editora Martin Claret, 2006.
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea-
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma.
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem-
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração."
Álvaro de Campos, Évora, 31/12/1929.
Poesia de Álvaro de Campos, página 333, Editora Martin Claret, 2006.
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