"Nunca, por mais que viaje, por mais que conheça
O sair de um lugar, o chegar a um lugar, conhecido ou desconhecido,
Perco, ao partir, ao chegar, e na linha móbil que os une,
A sensação de arrepio, o medo do novo, a náusea-
Aquela náusea que é o sentimento que sabe que o corpo tem a alma.
Trinta dias de viagem, três dias de viagem, três horas de viagem-
Sempre a opressão se infiltra no fundo do meu coração."
Álvaro de Campos, Évora, 31/12/1929.
Poesia de Álvaro de Campos, página 333, Editora Martin Claret, 2006.
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